terça-feira, 14 de dezembro de 2010

UMA HISTÓRIA DE GATO, SETE VEZES LEAL


Eu tive um gato, certa vez, mas fui proibida de levá-lo para casa.
Tive que devolvê-lo a quem me presenteara.
Hoje tenho duas cachorras.
E sei que animais são leais, incondicionalmente, e não necessitam de pactos de fidelidade para serem fiéis. São teimosos, espertinhos e manhosos, sabem manipular, mas seu amor nunca se contamina por rancores ou desconfianças. São ciumentos, às vezes, mas sabem reconhecer quem lhes faz o bem. Acredito que animais têm sua própria espécie de alma e muitas vezes superam os humanos em sua capacidade de “sentir” e serem solidários.

Mas, hoje o protagonista é gato.
Gatos me chamaram a escrever.
Gatos foram notícia duas vezes esta semana nas principais chamadas de um grande jornal. Gatos são famosos por suas aventuras... E não estou me referindo a Tom.
O ímpeto aventureiro dos gatos, sem dúvida, me remete aos Saltimbancos de Chico Buarque, dos quais deixo no final uma partezinha, uma música em vídeo - "A História de uma Gata":

“Nós gatos já nascemos pobres, porém, já nascemos livres...”

Gatos são notícia por suas peripécias que vão além dos gemidos de amor nos telhados à noite. O gato de uma amiga caçava seus ratos no mato e vinha mostrar o feito com a vítima na boca...
Scrub, um gato malhado, cinza e branco, hoje com sete anos, sobreviveu ao furacão Katrina, nos EUA e, com a ajuda de algumas pessoas e um chip, conseguiu voltar à sua família humana, no Mississipi – cinco anos depois. Não é para qualquer um, é coisa de gato...
Giggs, um gato preto, teve a sorte de ser resgatado do motor de um carro, após rodar dentro dele por trinta minutos em Nova York. E só teve algumas unhas arrancadas.
Dizem que gatos têm sete vidas. E não deve ser mentira...

O protagonista do meu relato de hoje é um gato, não sei o nome. Vivia na casa de uma professora viúva, com seus três filhos e um cão. Quando a família resolveu mudar de casa, a mulher decidiu livrar-se do gato. Simples assim... O gato nascera na casa, estava acostumado a ser cuidado e alimentado, tinha sua almofada de dormir, macia, quentinha nas noites frias.
Afinal, era apenas um gato, um animal, não é? Não falava, não reclamava.

E assim, a mulher pediu a um amigo que levasse o gato até uma estrada rural, nas cercanias da cidade, que estava plantada num vale, rodeada de montanhas. E que fosse bem longe da casa que iam deixar, apesar dos protestos das crianças.
Então, a família se mudou. Para o outro lado da cidade, ruas e ruas além da antiga casa.
E as crianças sentiram falta do gato mas, com o tempo, se acostumaram.
Passaram-se meses. Acho que sete, como o número de vidas que dizem que um gato tem.

E, então, um dia, as crianças ouviram um miado do lado de fora da porta.
Nem precisaram abri-la para saber que o gato voltara para a família, na nova casa.
Não foram necessárias palavras, que crianças e gatos sabem ser espontâneos na alegria...
Fez-se a festa, entre risos e miados...

Imagem: Gato Rosa, Aldemir Martins, Serigrafia, 60 x 40 cm, Garcia Arte


2 comentários:

  1. Gatos me dizem muito mais que cães.
    Eu os entendo mais.
    Não me lembro em toda minha vida, de ter ficado sem um deles ao meu lado!
    Já falo seu idioma, sei manias, gostos,gestos,olhares, e a comunicação através das mexidas de rabo.
    Amo felinos.
    E essa história, deve ser real, pois ao contrário do que dizem, gatos amam seu donos, não sua casa.

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  2. Olá, por favor, tenho interesse nesse gato rosa do aldemir, vc está vendendo?

    Se sim, meu telefone é 11 972.113344

    Muito obrigado

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