quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DANÇA CIGANA






"Âmago do corpo
e dos instintos,
local de paz e estagnação,
de criatividade e limitação."
(A Imperatriz, III arcano maior no Tarô mitológico)





Tudo acontece em contato com o chão, a terra. Pessoas em trajes medievais assistem a um desfile, em pé, nas laterais de uma estreita rua. As cores diluem-se em tons de bege, poeira. A menina de seus dez anos destaca-se, cabelos castanhos até os ombros. No chão, outras crianças procuram enxergar a tudo, sentadas entre os pés dos adultos. Espiam por entre as pernas. A música evoca uma dança cigana.

 
A menina é moça e dança, gira sobre passos ao som da música. É atração no palácio, numa arena para nobres. O brilho do grande salão combina com trajes e luzes que evocam o dourado. A moça de cabelos negros rodopia numa balada rápida, em transe. Sua saia estampada em tons do azul ao roxo destaca a blusa vermelha e contrasta com o dourado do salão. Lá fora, pedras redondas rolam pela escada larga de degraus baixos. A vegetação ao lado balança com o rugir da ventania. A dançarina é cigana. Em sua mão, uma carta de tarô: A Imperatriz.

(Texto produzido após uma visualização criativa durante aula da disciplina Jornalismo Literário e Narrativas de Viagem, ministrada pelo mestre Edvaldo Pereira Lima, durante o curso de pós, especialização em Jornalismo Literário.)

E hoje acordei pensando nessa carta e em como ela representa a Mãe Terra, a paciência e a convicção de que tudo tem seu tempo... Encontrei logo de manhã este meu texto... Sincronicidades...

Imagem: O Tarô Mitológico, Juliet Sharman-Burke e Liz Greene

Um comentário:

  1. Muito legal! Gosto qdo o simbólico é vivenciado, pois ele remete ao concreto, sempre! E sincronicidade, é tudo de bom pra gente buscar os significados....
    bj, Dê

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