Nem sempre as posturas que adotamos na vida por orientação interna estão em voga na moda do que se aceita e se permite em termos de relacionamento na cultura do “deixa passar mais essa”.
Lealdade se revela para mim com um traço de caráter, daqueles que parecem estar tatuados na personalidade, na forma como nos posicionamos ou no modo como nos conduzimos em relação às pessoas nas mais diversas situações.
Ser leal é estar para o que der e vier. Lealdade não veste a roupagem do camaleão, não dança conforme a música, não é Maria vai com as outras...
Lealdade tem um pouco de franqueza e sinceridade. É retidão de caráter.
Lealdade escrita ao contrário, parece nome de anjo: Edadlael!!! Que seja o anjo da Lealdade!
Fidelidade me lembra escolha. E escolha vem sempre com uma pitada apimentada de tentação: Isto ou Aquilo? Na maior parte das vezes, nossa orientação interna nos diz o que é melhor para nossa alma, mas nossa vontade, impregnada dos desejos do ego, fica sempre tentada a fazer o contrário.
Na fidelidade podemos praticar o livre arbítrio. Quem é fiel numa situação pode não ser em outra. Quem é fiel a alguém pode não ser a outro alguém. Por isso, às vezes recebemos um cartão de fidelidade. A fidelidade pode ser um pacto entre pessoas.
Lealdade e fidelidade não me parecem sinônimos, como se lê em alguns dicionários.
Lealdade está contida na pessoa, em seus princípios. A lealdade pressupõe ser fiel a si mesmo antes de tudo. Fidelidade varia conforme a relação com o mundo. Fidelidade é acordo.
Quem é leal, antes de tudo a si mesmo, tem grandes chances de sempre honrar seus pactos de fidelidade. Mas aquele que não é leal, rompe seus próprios princípios, não é confiável e, portanto, é passível de quebrar seus pactos de fidelidade.
Se você tivesse que escolher um parceiro (a) escolheria alguém Leal ou alguém Fiel?
Difícil, né? Ninguém quer ser traído. Aí voga a lei do “se traiu alguém, acabará por trair você também.” Mas, na prática não é bem assim. A lealdade a si mesmo antes de tudo e a fidelidade à sua orientação interna, é a dobradinha que determina se alguém será fiel a outro alguém. Mas ser fiel ou não é sempre uma escolha da própria pessoa. Ninguém pode alegar motivos alheios a si mesmo para quebrar um pacto de fidelidade, mesmo que a outra parte o faça primeiro.
Se eu tivesse que escolher entre alguém Leal e alguém Fiel, num relacionamento a dois, escolheria alguém Leal, alguém com opinião, alguém que estivesse no mundo com o propósito e a convicção de, antes de tudo, ser Fiel a si mesmo. Essa pessoa teria grandes chances de cumprir um pacto de Fidelidade.
E acredito que relacionamentos a dois pedem esse tipo de pacto.
As tentações surgem, mas quando a fidelidade está impregnada da própria lealdade, ou o relacionamento termina, ou então, a escolha é por manter intacto esse pacto.
Lealdade é um pressuposto para a Fidelidade. Quer saber se alguém é Fiel? Observe se suas posturas se orientam pelo ser Leal...
E Boa Sorte! Que para toda regra, há sempre as exceções e não existem verdades absolutas.
Viver é regra, relacionar-se bem, muitas vezes, a exceção!!!
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